E nunca foi mais feliz, nem mais amada
Tudo tão intenso.
Juras, carinhos, olhares.
Corpos enlaçados, no mesmo ritmo, pelo mesmo motivo.
Felizes em junho, julho, agosto, setembro...
Tempo que não importa, não volta, não acaba. Infinito!
O amor é que era infinito, não o tempo.
Cúmplices, de um crime perfeito.
" Mas é que se agora pra fazer sucesso, pra vender disco de protesto, todo mundo tem que reclamar. Vamos todo mundo, ninguém pode faltar. Vamos falar de pesticidas e de tragédias radioativas, de doenças incuráveis , vamos falar de sua vida. Mas tão certo quanto o erro de ser barco a motor e insistir em usar os remos é que não adianta olhar pro céu com muita fé e pouca luta e pra mostrar que é amor, ó pátria amada subo bem alto pra gritar, pra gritar... que a pátria que me pariu é a mesma estúpida, tapada. Fecho os olhos pra não ver passar o tempo. Mas parece que é festa, então vamos celebrar a estupidez, o meu país e sua corja de assassinos covardes, estupradores e ladrões. Vamos celebrar nossa polícia e televisão. Ah... "televisão", a mesma televisão que me deixou burra, muito burra demais. Não é Crilde? Eu sou brasileiro, sou filho do Brasil, essa nação fantástica. Sou a minoria... Estúpida tapada minoria, com sua boca oca, sua cárie. Ou sua raiva e sua revelia? E no fim: Quem vai pagar a conta? Quem vai lavar a cruz ? O último a sair do breu acende a luz..."
Pedro Lourenço