Aconchego da manhã.

Naquela janela embaçada
Vista nostalgica .
Chuva.
Café, café e mais café..
Frio da manhã
Saudades de algo que não se sabe
Dúvidas em prosseguir.
Medo , muito medo.
Mas ele vem
Me abraça
Trás confiança
Me aguça os sentidos
Me permite ser
O que eu quiser.
Escritora, cantora, mulher bem amada.
Me beija o pescoço, diz que me ama ao pé do ouvido.

Iniciação a paixão II

Noite fria , cheia de bruma. Não dormira pensando na nossa última noite. Minhas pernas ainda estavam bambas depois daqueles toques, e beijos que nunca ia me esquecer. Sentia saudade do teu cheiro. Não via a hora de poder estar novamente contigo na cama, ardendo de paixão. Ai Francisco, suas mãos. Ah, que mãos! que percorriam meus seios e desciam para o meu ventre e ia para entre as minhas pernas.Chego a excitar-me de lembrar. Teu corpo no meu. Quero que me possua Francisco. Sou toda tua, estou aqui deitada nua, pensando em nós. Estou ansiosa para você me fazer mulher outra vez.

Decadência.

Meu café não está mais quente nem forte. Faz dias que ele está aí, em cima dessa mesa suja. Não tenho coragem de sair dessa cama. Estou aqui faz dias. Vida? Não me falem sobre vida. Quando se perde alguém isso é o que menos importa. Sonhos nunca existiram e a memória está estragada. Lotada de bafio, bolor. Deixe-me aqui. Gosto daqui, e aqui quero morrer, apática.
Nada tem sabor nem cor. A vida agora tornou-se um filme trash em preto e branco.

Hugo para Mauro.

"— Não tenho tem­po para nada, não tenho gosto para nada, sinto um nojo des­graçado de tudo. A vida me esmaga, sou escravo de horários, não sou dono de mim, não sei mais de onde vim nem para onde vou."

O Encontro Marcado - Fernando Sabino

Gris


Pouco a pouco as coisas se desgarravam. Deixavam de ter forma, e aquela nicotina, ligada a neblina de alguma forma me envolvia. Trazia-me uma paz. Era tão bom estar na varanda, e aquele misto de emoções. Ria e chorava. Lembrava dos vícios antigos, outrora, não pensava em nada. Nem em ninguém. Dava mais um "trago" no cigarro e sentia aquele gostinho da nostalgia. Época em que era, sei lá, talvez mais feliz. Dava mais um gole naquele whisky sem gelo, e a emoção voltava ao seu píncaro. Não existe razão alguma.
De mim, para Dayvson Lima

Mulata e o Vagabundo.

Cambaleando , suando feito porco.
De tanto beber vodka, para ver se na bebida desconto toda
a minha frustração de não te ter,
Docinho digna de todo o meu corpo escultural, que de nada vale.
Pois não te agrada.
Não te faz gozar mais.
Linda morena, por que foi correr dos meus braços
ardentes, calientes, que te envolviam num movimento perfeito?
Agora docinho, estou aqui na rua.
Todo sujo, já não sou só seu, sou de todas.
Já que meu sexo não te satisfaz.
Agora sou lixo docinho. Tô bêbado.
Tô quebrado.